A Polícia Civil de Contagem, após meses de investigação, indiciou seis pessoas por crimes relacionados à transfobia. Os acusados, de maneira planejada, atacaram três travestis utilizando extintores de incêndio, lançando o produto químico diretamente contra as vítimas. O crime aconteceu em fevereiro, mas somente em dezembro o inquérito foi concluído.
Grupo at4c4 tr4v3st1s com extintor. pic.twitter.com/SKyKrOEasa
— perrenguematogrosso (@perrenguemt) December 9, 2024
Criminosos executam dois ataques na mesma noite
Inicialmente, os suspeitos se deslocaram até a Via Expressa, no bairro Água Branca, onde atacaram as travestis que estavam trabalhando. Logo depois, o grupo seguiu para o bairro Jardim Industrial e repetiu a agressão, utilizando um extintor furtado de um posto de gasolina. Essa sequência de ataques, sem dúvida, reforça a gravidade do caso.
Vídeo divulgado nas redes sociais facilita a identificação
Entretanto, foi a divulgação de um vídeo nas redes sociais que ajudou a polícia a identificar os agressores. Nas imagens, um dos suspeitos ite a agressão e, além disso, justifica a ação com a frase: “Eles não respeitam ninguém”. Essa evidência, portanto, foi crucial para a condução do inquérito e a responsabilização dos envolvidos.
Suspeitos alegam “brincadeira” para justificar o crime
Durante os depoimentos, os indiciados tentaram minimizar o ocorrido, alegando que a ação foi apenas uma “brincadeira” motivada pelo consumo de álcool. Contudo, as vítimas relataram que esses ataques fazem parte de uma violência recorrente. “Isso acontece o tempo todo”, revelou uma das travestis, demonstrando a constante vulnerabilidade enfrentada pela comunidade.
Comunidade LGBTQIA+ reforça necessidade de justiça
Diante desse caso, a comunidade LGBTQIA+ reforçou a urgência de medidas mais eficazes contra a transfobia. O Brasil, que infelizmente lidera as estatísticas globais de homicídios contra pessoas trans, precisa investir em segurança pública, campanhas de conscientização e políticas inclusivas que combatam o preconceito de forma estruturada.
Indiciamento representa avanço, mas desafios permanecem
Embora o indiciamento dos suspeitos represente um o importante na responsabilização por crimes de transfobia, especialistas alertam que ele não é suficiente. É fundamental, acima de tudo, promover educação e conscientização para mudar mentalidades. Nesse sentido, campanhas educativas e iniciativas inclusivas devem se tornar prioridades para enfrentar os desafios impostos pela intolerância e pela discriminação.