“Grande problema”: Zico defende menos estrangeiros no futebol brasileiro e pede mais investimento na base

"Grande problema": Zico defende menos estrangeiros no futebol brasileiro e pede mais investimento na base

Zico criticou o alto número de jogadores estrangeiros no futebol brasileiro durante um seminário sobre os rumos do esporte no país, realizado nesta quinta-feira (13) em Campinas. O evento ocorreu na primeira edição do CBC & Clubes Expo, feira organizada pelo Comitê Brasileiro de Clubes. Segundo o ídolo do Flamengo, a grande quantidade de atletas de fora impede o surgimento de novos talentos nacionais.

Crítica à presença massiva de estrangeiros

Zico argumentou que os principais jogadores dos grandes times brasileiros são estrangeiros, o que, segundo ele, representa um problema para a formação de craques no Brasil. O ex-jogador destacou a necessidade de investir mais na base e reduzir a importação de atletas.

— O Fla-Flu tinha nove estrangeiros. Os craques de cada time são estrangeiros. O número 10 do Flamengo, do Fluminense, do Corinthians e da maioria dos times brasileiros é estrangeiro. Acabaram os 10 brasileiros — afirmou o ex-jogador.

Além disso, Zico apontou que os clubes formam jogadores apenas para vendê-los rapidamente, sem aproveitá-los no futebol nacional. Ele citou o histórico time do Flamengo de 1981 como exemplo, onde 11 jogadores vieram da base.

— Hoje os clubes criam os jogadores desde a base para vender. Não aproveitamos mais aqui. O nosso time de 81, 11 eram da base do Flamengo. Esse é um grande problema para o futebol brasileiro. Precisamos reduzir o número de estrangeiros e trabalhar mais a base. Precisamos formar mais craques brasileiros para jogar nos times brasileiros — destacou o Galinho de Quintino.

Técnicos estrangeiros e a crise da identidade do futebol brasileiro

Além dos jogadores estrangeiros, Zico também comentou sobre a presença de técnicos de fora do país. Ele afirmou que a invasão de treinadores estrangeiros resultou da própria atuação dos técnicos brasileiros no exterior, que ensinaram seus métodos em diversos países.

— Eu acho que hoje em dia essa questão não é só técnico, mas muitos jogadores estrangeiros. Eu fui revelado por um técnico paraguaio e seria leviano se fosse contra isso. Mas acho que a grande culpa dessa invasão é dos próprios brasileiros. Anos atrás, os técnicos brasileiros invadiram o futebol português e ensinaram tudo para eles. Os treinadores brasileiros também fizeram isso no mundo árabe e no continente asiático, além da Europa — disse Zico.

O ex-jogador destacou que, ao longo da história, os países que disputaram o ranking com o Brasil tinham técnicos nativos no comando. Segundo ele, essa mudança prejudicou o futebol nacional.

— Você pode reparar que nos grandes países que disputavam o ranking com o Brasil só eram técnicos nativos. Raramente você tinha um estrangeiro no comando. Isso arrebentou as raízes do futebol brasileiro. O próprio técnico brasileiro deu margem pra isso, eles não podem reclamar. A única reclamação que eles podem fazer é que os estrangeiros não precisam de muita coisa pra treinar aqui. Lá você precisava de diploma, aqui não tinha nenhuma restrição — afirmou.

Ricardo Rocha desabafa sobre o futuro do futebol brasileiro

O ex-zagueiro Ricardo Rocha, campeão mundial em 1994, também participou do evento e demonstrou insatisfação com o rumo do futebol brasileiro. Ele lamentou a saída precoce de jovens talentos para a Europa e criticou a falta de uma estrutura para preservar a essência do futebol nacional.

— Eu estou revoltado com o futebol brasileiro. Se a gente não mudar algo, a gente vai continuar perdendo nossos garotos para os times europeus. Hoje a garotada prefere torcer para o Barcelona do que torcer pela seleção. Ficamos 24 anos sem ganhar até a conquista da minha geração, agora estamos mais 24 e vamos ficar mais porque perdemos a nossa essência — desabafou o ex-zagueiro.

Ricardo Rocha também criticou a influência europeia na formação dos jogadores e a crescente presença de treinadores estrangeiros no Brasil.

— Hoje os jogadores são aliciados para ganhar milhões a partir dos oito anos de idade, antigamente eles ficavam pelo menos até os 18. Eles vão cedo para a Europa, não aprendem a jogar da nossa forma e voltam com o estilo europeu. Também estamos cheios de técnicos estrangeiros e isso é ruim porque não temos nossa essência. Precisamos mudar isso de forma urgente — alertou.

Ricardo Rocha sugere ex-jogadores

Por fim, Ricardo Rocha sugeriu que a CBF convide ex-jogadores renomados para contribuir com o desenvolvimento do futebol brasileiro.

— A CBF precisa chamar o Zico, o Júnior, o Falcão e os nossos ex-jogadores renomados para pensar em mudanças. O Dorival só vai ser respeitado lá fora — e nada contra o Dorival — se tiver um cara grande ao lado dele. Ficamos quatro anos sem marcar um gol de falta e tivemos os melhores batedores de falta que estão aí pra ajudar, gente. Eu estou revoltado porque estamos vendo o futebol brasileiro morrer e não fazemos nada — disparou.

🚨 Quer ficar por dentro das notícias do futebol e acompanhar as polêmicas do esporte? Então e o Perrengue Mato Grosso e veja tudo o que está rolando! 👉 Clique aqui

📲 Siga o Perrengue no Instagram e fique por dentro de tudo da maior página do Mato Grosso! 👉 Clique aqui

Perguntas frequentes

O que Zico defendeu durante o seminário sobre o futebol brasileiro?

Ele defendeu a redução do número de jogadores estrangeiros no Brasil e criticou a falta de aproveitamento dos talentos da base nos clubes nacionais.

O que Ricardo Rocha disse sobre a influência europeia no futebol brasileiro?

Ele afirmou que os jogadores vão muito cedo para a Europa e perdem a essência do futebol brasileiro, além de criticar a invasão de técnicos estrangeiros no país.

Quais ex-jogadores Ricardo Rocha sugeriu que participem da reformulação do futebol nacional?

Ele sugeriu que a CBF convoque Zico, Júnior, Falcão e outros ex-jogadores renomados para discutir mudanças no futebol brasileiro.

Veja também
Recentes