Filho abre cova para enterrar corpo do próprio pai em cemitério público; veja vídeo

Filho abre cova para enterrar corpo do próprio pai em cemitério público

Uma despedida que deveria ser marcada por respeito se transformou em indignação. A família do agricultor aposentado José Gabriel Batista, de 82 anos, ou por uma situação extrema no momento do sepultamento. O idoso morreu na terça-feira (29/04), em casa, no distrito de Queimados, zona rural de João Câmara, no Rio Grande do Norte. No entanto, ao chegar ao cemitério público na manhã seguinte, a família descobriu que a cova ainda estava inacabada.

Embora os familiares tenham comunicado o enterro com antecedência, os responsáveis pelo cemitério não concluíram a escavação. Assim que percebeu o descaso, o filho de José Gabriel, Clodoaldo Batista, pegou uma pá e terminou de cavar o túmulo por conta própria.

Filho desce na cova e termina o trabalho que a prefeitura deveria ter feito

Diante do constrangimento e sem alternativas, Clodoaldo desceu na cova e cavou até o fim. Segundo ele, a dor da perda se agravou com a humilhação pública. “Entrei no buraco e terminei tudo. Fizemos o sepultamento do meu pai, mas indignados com o descaso”, afirmou.

De acordo com Clodoaldo, o coveiro alegou que o solo estava duro e que ele não tinha ferramentas para terminar o serviço. Apesar disso, a prefeitura informou, somente após a divulgação do vídeo nas redes sociais, que todos os coveiros recebem os materiais adequados assim que são contratados. Além disso, o município garantiu que está apurando o caso.

Falta de estrutura nos cemitérios rurais escancara desigualdade

Infelizmente, este não é um caso isolado. Dados da Confederação Nacional de Municípios revelam que 38% dos cemitérios públicos em zonas rurais do Nordeste não possuem infraestrutura mínima. Ou seja, milhares de famílias enfrentam desafios até na hora do luto. A ausência de coveiros, a escassez de ferramentas e a falta de fiscalização agravam o abandono.

Consequentemente, situações como a que ocorreu em Queimados revelam uma falha estrutural no serviço público. A falta de planejamento e de presença estatal atinge em cheio as comunidades mais vulneráveis. Por fim, o ato do filho cavando o túmulo do próprio pai simboliza a ausência do Estado onde ele deveria ser mais presente: na dor do povo.

Perguntas frequentes

Quantas famílias ainda vão precisar cavar as próprias covas?

Enquanto não houver fiscalização, outras famílias seguirão sofrendo.

O que impede a contratação de coveiros suficientes nos distritos?

A má gestão e a ausência de planejamento impedem contratações adequadas.

Quem fiscaliza a aplicação dos recursos destinados aos cemitérios?

A responsabilidade cabe às prefeituras e aos órgãos de controle locais.

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