Uma estudante atravessou a rua logo após descer de um ônibus e, em questão de segundos, um carro a atropelou. O acidente ocorreu em uma via movimentada no final da tarde, momento em que o tráfego se intensifica. Apesar da tentativa de frear, o motorista não conseguiu evitar o impacto. O caso chama atenção para um risco que muitos ignoram: o perigo escondido nas travessias urbanas.
Ao descer do ônibus, o perigo começa
Assim que o ônibus parou, a jovem desceu pela porta dianteira e seguiu direto para o outro lado da pista. Entretanto, ela não percebeu a aproximação de um veículo na faixa da esquerda. De acordo com testemunhas, ela usava fones de ouvido e não olhou para os dois lados antes de atravessar. Portanto, sua distração somada à falta de estrutura adequada contribuiu diretamente para o acidente.
Além disso, um levantamento da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego) mostra que 36% dos atropelamentos urbanos ocorrem nas imediações de paradas de ônibus, justamente onde o pedestre deveria ter mais segurança.
Distração digital: um fator agravante nos atropelamentos
Atualmente, é comum ver pedestres usando fones de ouvido ou celulares enquanto caminham. Esse hábito, embora pareça inofensivo, compromete a atenção e reduz a capacidade de reação diante de imprevistos. Em outras palavras, o risco aumenta significativamente. Por isso, cidades como São Paulo e Curitiba já estudam medidas educativas e tecnológicas para reduzir esses incidentes.
Adicionalmente, em países como o Japão, campanhas públicas utilizam animações e jogos interativos para ensinar crianças e jovens sobre os perigos do uso de dispositivos móveis durante a travessia de ruas.
Falta de infraestrutura urbana amplia os riscos
Por outro lado, não se pode ignorar a responsabilidade do poder público. Muitos pontos de ônibus não oferecem faixa de pedestre, semáforos ou lombadas nas proximidades. Essa ausência de estrutura força o pedestre a atravessar entre veículos, o que frequentemente termina em tragédia.
Entretanto, modelos internacionais mostram que é possível mudar esse cenário. Cidades como Oslo e Helsinque reduziram a quase zero o número de mortes por atropelamento. Elas conseguiram isso por meio de um conjunto de ações: reduziram a velocidade nas vias, investiram em sinalização e priorizaram o pedestre no planejamento urbano.
Perguntas frequentes
Não. Em geral, o planejamento urbano ainda privilegia o carro, e não quem caminha.
Não há consenso, mas campanhas educativas e alertas sonoros podem ajudar.
Sim. Fortaleza se destacou com faixas elevadas, radares e campanhas permanentes de educação no trânsito.