Entregadores de aplicativos iniciaram, nesta segunda-feira (31), uma paralisação nacional em diversas cidades do Brasil. No Várzea Grande Shopping, em Mato Grosso, um grupo de grevistas cercou e hostilizou um colega que continuava trabalhando, mesmo diante do movimento.
O vídeo que circula nas redes sociais mostra o momento em que os manifestantes intimidam o entregador, que carregava um pedido. As imagens não revelam se ele conseguiu sair com a encomenda, mas o clima de tensão gerou forte repercussão.
Grevistas usam pressão direta para conter colegas
O vídeo registra uma cena clara de coerção. O entregador caminha com a sacola nas mãos quando motociclistas param à sua frente. Eles gesticulam e gritam, pressionando o colega. O tom agressivo expõe o racha dentro da categoria.
Usuários das redes sociais reagiram rapidamente. Parte do público apoiou a greve e criticou quem não aderiu. Outra parcela condenou a atitude dos manifestantes. “Não se luta por direitos atacando quem precisa trabalhar”, comentou um internauta em um dos perfis que divulgaram o vídeo.
Entregadores exigem reajuste da taxa mínima
Os grevistas exigem que as plataformas como iFood e 99 aumentem a taxa mínima por entrega para R$ 10. Hoje, os aplicativos pagam R$ 6,50 por corrida — valor que não sofre reajuste há três anos.
Entregadores relatam que os custos operacionais aumentaram. Eles enfrentam alta no preço da gasolina, desgaste acelerado dos veículos e dificuldade para manter o sustento. Um levantamento do Instituto Polis mostra que a renda líquida dos entregadores caiu mais de 30% em dois anos nas grandes cidades.
Os organizadores convocaram uma nova paralisação para esta terça-feira (1º), com o objetivo de manter a pressão.
Perguntas frequentes
Não. A adesão à paralisação é voluntária e nenhum trabalhador pode ser forçado a participar.
A maioria recebe cerca de R$ 6,50 por corrida, valor que não é reajustado há três anos.
Não. Isso configura crime de coação e pode gerar sanções legais.