Quase 36 milhões de brasileiros simularam pedidos de empréstimo consignado com garantia do FGTS em menos de uma semana. A medida, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou no último dia 12 de março, movimentou o mercado financeiro e atraiu milhões de trabalhadores do setor privado com carteira assinada.
O Ministério do Trabalho e Emprego informou que, até as 11h do último domingo (23), 35.931.008 pessoas já haviam simulado pedidos no aplicativo Carteira de Trabalho Digital. Assim, dessas, 3.137.412 enviaram solicitações de propostas às instituições financeiras e 17.644 fecharam contratos oficialmente.
Trabalhadores correm, mas governo pede cautela
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, pediu que os trabalhadores não assinem contratos com pressa. Segundo ele, os bancos precisam de até 24 horas para enviar as melhores propostas. Então, o governo alertou que o valor das parcelas não pode ultraar 35% do salário. Marinho reforçou que o trabalhador deve analisar bem as condições antes de fechar negócio.
“É importante que o trabalhador não assine nada de imediato. Ele precisa de calma para comparar e escolher a melhor oferta”, orientou o ministro, em nota divulgada no sábado (22).
Governo libera nova linha de crédito com o FGTS como garantia
A nova linha de crédito, batizada de “Crédito do Trabalhador”, atende exclusivamente empregados com carteira assinada do setor privado, inclusive rurais, domésticos e funcionários contratados por microempreendedores individuais (MEI). Os bancos usam parte do saldo do FGTS e 100% da multa rescisória como garantia de pagamento.
A iniciativa visa facilitar o o ao crédito com juros mais baixos, já que o risco de inadimplência se reduz com a garantia do fundo.
Demanda dispara e contratos se multiplicam
O número de simulações e propostas surpreendeu o governo e o setor bancário. Os dados indicam uma forte demanda reprimida por crédito entre trabalhadores formais. O uso do FGTS como garantia atraiu principalmente quem não consegue aprovação em outras modalidades.
Apesar da procura recorde, especialistas alertam que o trabalhador deve avaliar com cuidado as condições de pagamento. Em caso de demissão, por exemplo, o banco pode descontar parte da dívida diretamente da rescisão.
Perguntas frequentes:
Quem pode contratar o Crédito do Trabalhador?
Empregados do setor privado com carteira assinada, incluindo domésticos, rurais e funcionários de MEIs.
O que o trabalhador usa como garantia no empréstimo?
Ele pode usar até 10% do saldo do FGTS e 100% da multa rescisória.
O que acontece se ele for demitido?
O banco pode descontar a dívida diretamente da rescisão, usando o FGTS como garantia.