A empresária Julinere Goulart Bentos confessou à Polícia Civil que mandou matar o advogado Renato Nery. Segundo ela, a motivação surgiu após o advogado supostamente tomar posse de terras que lhe pertenciam. Mesmo após desistir do plano, a execução aconteceu — e envolve seu marido, César Jorge Sechi, e uma rede de policiais militares.
A juíza Edna Ederli Coutinho, do Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo), prorrogou por 30 dias a prisão preventiva do casal. Na decisão, a magistrada destacou que Julinere, após inicialmente permanecer em silêncio, assumiu ter ordenado o assassinato e conhecia o plano com antecedência.
Durante o depoimento, Julinere revelou que contratou o policial militar Jackson Pereira Barbosa para matar Renato. Depois, afirmou que Jackson ou a extorqui-la com frequência, o que a fez recuar da decisão. Mesmo assim, o marido dela insistiu na ideia e mantinha o discurso: “temos que matar o advogado”.
Polícia Civil prende casal em condomínio de luxo
A Polícia Civil prendeu Julinere e César em 9 de maio de 2025, dentro de um condomínio de alto padrão em Primavera do Leste, a 234 km de Cuiabá. A prisão ocorreu durante uma das fases da Operação Office Crime, que investiga o assassinato do advogado.
O policial militar Heron Teixeira confessou que contratou o caseiro Alex Roberto para executar Renato Nery. Alex confirmou ter atirado em Renato e disse ter recebido R$ 100 mil de Julinere e César para cometer o crime. A Polícia Civil os indiciou por homicídio triplamente qualificado.
ROTAM forja confronto para esconder arma do crime
A investigação também identificou o envolvimento de outros policiais militares. Jorge Rodrigo Martins, Wailson Alessandro Medeiros Ramos, Wekcerlley Benevides de Oliveira e Leandro Cardoso — todos da ROTAM — participaram da falsificação de um confronto policial para eliminar a arma usada no homicídio. O juiz Francisco Ney Gaíva, da 14ª Vara Criminal de Cuiabá, mandou soltá-los após prisão preventiva.
O PM Ícaro Nathan Santos Ferreira continua preso e segue como suspeito direto no caso.
Perguntas frequentes
Não. Mesmo que desista, o planejamento do crime já configura tentativa ou participação.
No caso de Renato Nery, o atirador recebeu R$ 100 mil. Mas valores variam conforme o alvo e os envolvidos.
Para sumir com a arma usada no crime e tentar encobrir a execução do advogado.