A eleição de Davi Alcolumbre (União-AP) como presidente do Senado intensificou as pressões políticas sobre Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, para que autorize a exploração de petróleo na Margem Equatorial, uma área localizada na bacia da foz do Rio Amazonas. A bancada do Amapá defende que a exploração seria uma oportunidade de geração de emprego e desenvolvimento econômico para o estado e o Brasil.
Eleição de Alcolumbre aumenta pressão sobre Marina Silva para liberar exploração de petróleo
— perrenguematogrosso (@perrenguemt) February 2, 2025
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Margem equatorial: uma promessa de redenção econômica?
O poço de petróleo, descoberto a 540 km da foz do Amazonas, tem sido apontado como uma possível “redenção econômica” pelo senador suplente Josiel Alcolumbre. Segundo ele, o Amapá, único estado brasileiro com carbono negativo, está em desvantagem por não explorar seus recursos naturais.
“Ao não permitir [a exploração], quem preserva fica miserável e quem não preserva fica rico. Com a eleição de Davi, essas informações chegarão com mais força ao poder central brasileiro,” declarou Josiel.
A Petrobras também reforça o discurso, afirmando que a Margem Equatorial apresenta grande potencial para geração de empregos e arrecadação. O plano estratégico da estatal prevê investimentos de US$ 3 bilhões na região até 2029, com a perfuração de 15 poços petrolíferos.
Conflito entre desenvolvimento e preservação ambiental
Apesar das promessas de desenvolvimento, Marina Silva enfrenta um dilema complexo. Em maio de 2023, o Ibama negou o pedido de exploração da Petrobras, alegando falhas no plano de proteção à fauna e no protocolo de resposta a vazamentos. Marina Silva, conhecida por seu histórico de defesa ambiental, tem sido alvo de críticas por não ceder às pressões políticas.
A situação também gerou rachas políticos. O líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP), deixou a Rede Sustentabilidade devido a divergências com Marina sobre o tema.
Disputa política e pressões econômicas
Com a vitória de Alcolumbre, que obteve 72 dos 81 votos no Senado, a bancada do Amapá promete intensificar as investidas contra as restrições ambientais. Os defensores da exploração esperam que a gestão de Alcolumbre facilite negociações com o governo federal, especialmente sobre a liberação de projetos relacionados à Margem Equatorial.
Embora a Petrobras e lideranças locais vejam na exploração uma oportunidade para o crescimento, ambientalistas e especialistas alertam para os riscos de danos irreversíveis ao ecossistema amazônico.
É uma área de grande potencial petrolífero localizada entre o Amapá e o Rio Grande do Norte, que pode gerar empregos e arrecadação para o Brasil.
O Ibama apontou falhas no plano de proteção ambiental, especialmente no protocolo de resposta a vazamentos de óleo.
Alcolumbre, agora presidente do Senado, fortalecerá a pressão política sobre o governo e Marina Silva para a liberação da exploração.