Do discurso à realidade: o abismo do saneamento no Pará em cena; Veja vídeo

A cena foi simbólica: de um lado, um executivo da Cosanpa bebendo um copo de água para provar sua qualidade. Do outro, moradores de Belém exibindo garrafas com líquido marrom. O protesto durante a audiência pública desta segunda (7) escancarou a crise de saneamento que persiste no estado, mesmo com investimentos federais.

Antonio Crisóstomo, diretor da Cosanpa, tentou acalmar os ânimos com dados técnicos, mas foi interrompido por relatos de famílias que sofrem com água contaminada. “Meus filhos ficam doentes toda semana”, disse uma moradora, mostrando receitas médicas. O conflito revela a desconfiança crescente entre população e gestores públicos.

Os números que explicam a revolta

O Pará tem o 2º pior saneamento do Norte: 42% dos domicílios não têm água tratada. Em Belém, bairros como Bengui e Guamá sofrem com intermitência no abastecimento e água turva após chuvas. A Cosanpa alega que os problemas são pontuais, mas laudos do MP-PA mostram não conformidade em 60% das estações de tratamento.

O custo político da falta de água

Com eleições municipais em 2024, a crise hídrica pode definir rumos políticos. Vereadores da oposição já falam em I do Saneamento, enquanto o governo estadual tenta acelerar obras. Para analistas, o protesto foi um alerta: a população não aceita mais promessas sem resultados.

Perguntas e respostas

1. A Cosanpa pode ser multada?
Sim, o MP já aplicou 5 multas em 2023 por descumprimento de metas.

2. Quais os riscos da água contaminada?
Hepatite A, leptospirose e diarréia infantil são as principais ameaças.

3. Tem solução a curto prazo?
Filtros comunitários estão sendo distribuídos, mas são paliativos.

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