Na última quarta-feira (28/5), um deslizamento de gelo e rochas destruiu quase por completo a vila de Blatten, localizada nos Alpes suíços, no cantão de Valais. Ao todo, cerca de 1,5 milhão de metros cúbicos de material despencaram da geleira Birch. Como resultado imediato, casas foram soterradas, ruas desapareceram sob os escombros e um morador de 64 anos segue desaparecido.
Embora as autoridades tivessem evacuado cerca de 300 moradores dias antes em resposta a alertas de geólogos sobre o risco de colapso, o retorno precoce de alguns habitantes comprometeu a segurança. Nesse caso, a tragédia reforça como decisões humanas ainda superam os avisos científicos. A vila, segundo relatos oficiais, teve 90% de sua estrutura coberta ou destruída.
Mudança climática acelera colapsos alpinos
Além da tragédia em si, o episódio escancara a crise climática que assola regiões montanhosas. Conforme relatórios do Serviço Glaciológico da Suíça, o país perdeu cerca de 10% do volume de suas geleiras em apenas dois anos (2022–2023). Isso representa a maior retração já registrada.
Consequentemente, eventos como o de Blatten tendem a se tornar mais frequentes e imprevisíveis. Segundo especialistas, o aumento das temperaturas médias e a recorrência de verões intensos contribuem para o enfraquecimento da estrutura das geleiras. A geleira Birch já era monitorada de perto, mas sua ruptura ocorreu com intensidade inesperada.
Tecnologia avança, mas não impede tragédias
Atualmente, a Suíça utiliza tecnologias de ponta, como satélites, radares e sensores térmicos, para monitorar áreas de risco. Contudo, prever o momento exato de um colapso glacial ainda é impossível. Isso porque a combinação entre fatores naturais e decisões humanas forma um cenário extremamente volátil.
Diante desse contexto, o governo suíço convocou engenheiros e geólogos para avaliar a estabilidade da região. Além disso, reforçou o monitoramento de outras comunidades alpinas com perfis semelhantes. A tragédia de Blatten, portanto, serve de alerta não apenas para o país, mas para o mundo inteiro.
Perguntas frequentes
Fatores emocionais e a subestimação do perigo influenciam as decisões.
Ainda não, mas os avanços reduzem o número de vítimas.
Com políticas rígidas, educação ambiental e planejamento urbano baseado na ciência.
