Nos últimos dias, Fortaleza (CE) viveu uma nova escalada da violência relacionada ao crime organizado. O Comando Vermelho (CV) intensificou ataques contra operadoras de internet, prejudicando milhares de moradores. Como resultado, criminosos derrubaram cabos de fibra óptica da Brisanet em três bairros e incendiaram veículos da empresa. Além disso, impediram técnicos de realizarem manutenções em áreas como Pirambu, Colônia e Barra do Ceará, deixando parte da população sem o à internet.
Facção impõe serviço clandestino e cobra taxas
Assim como ocorre em comunidades do Rio de Janeiro, o CV age para eliminar a concorrência e impor sua própria rede clandestina, a chamada “CVNET”. Para isso, o grupo utiliza ameaças e violência, impedindo operadoras legítimas de prestarem serviço. Em seguida, os criminosos obrigam moradores a aderirem à conexão ilegal e ainda impõem cobranças abusivas para manter o o à internet.
Além do prejuízo financeiro, essa prática compromete a segurança digital da população. Sem uma empresa regulamentada para oferecer o serviço, os usuários ficam vulneráveis a possíveis monitoramentos e manipulações do tráfego de dados, o que pode facilitar outras atividades criminosas.
Autoridades investigam, mas solução ainda parece distante
Diante da gravidade da situação, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSP-DS) afirmou que a Polícia Civil, por meio da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), já iniciou investigações. Além disso, a Coordenadoria de Inteligência (Coin) acompanha o caso e busca identificar os responsáveis pelos ataques.
Embora essas ações sejam um o importante, moradores ainda temem represálias e duvidam da capacidade do Estado de combater o domínio das facções sobre a internet. Afinal, esse problema já se arrasta há anos em diversas partes do país sem uma resposta definitiva das autoridades.
Impacto na economia e no dia a dia dos moradores
Além da insegurança, a sabotagem das operadoras prejudica diversos setores da sociedade. Pequenos empresários enfrentam dificuldades para manter seus negócios funcionando, escolas sofrem com a interrupção de aulas online e trabalhadores perdem prazos por conta da conexão instável.
Outro ponto preocupante envolve os serviços públicos. Como muitos atendimentos hoje dependem de internet, qualquer interrupção compromete consultas médicas, solicitações de documentos e até mesmo o funcionamento da segurança pública.
Ação estatal precisa ser mais eficaz
Diante desse cenário, fica claro que o poder público precisa agir com mais rapidez e eficiência. Sem um plano de combate estruturado, o domínio criminoso sobre a infraestrutura digital continuará avançando e prejudicando cada vez mais pessoas.
Portanto, além de reforçar as investigações e prender os responsáveis, o governo precisa garantir a presença das operadoras nas comunidades afetadas. Ao mesmo tempo, deve criar mecanismos para proteger os moradores que denunciam esse tipo de crime, evitando que a população continue refém da violência e da imposição de serviços ilegais.
Perguntas frequentes
O Comando Vermelho (CV) domina o o à internet em algumas regiões de Fortaleza por meio de ameaças e sabotagens.
Moradores que tentam manter contratos com operadoras oficiais enfrentam represálias, como cortes forçados da conexão e ameaças diretas.
Sim, mas o combate exige medidas mais eficazes e integradas.