As empresas estatais brasileiras encerraram novembro com um déficit acumulado de R$ 6 bilhões, segundo dados divulgados pelo Banco Central nesta segunda-feira (30). Apenas em novembro, as despesas superaram as receitas em R$ 1,6 bilhão. O resultado indica que 2024 deve fechar com o pior desempenho financeiro das estatais desde o início da série histórica, em 2009, quando o cálculo deixou de incluir empresas como Petrobras e Eletrobras.
Crise nas estatais: déficit de R$ 6 Bilhões em 2024 alerta para o pior resultado em 15 Anos
— perrenguematogrosso (@perrenguemt) December 30, 2024
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Entenda o rombo e suas causas
O déficit de R$ 6 bilhões ocorre porque as receitas das estatais não foram suficientes para cobrir suas despesas. Segundo o Ministério da Gestão e Inovação, uma parte significativa desse resultado negativo está relacionada a investimentos realizados com recursos poupados em anos anteriores. Assim, o rombo reflete gastos em projetos de longo prazo e não necessariamente prejuízos operacionais.
Além disso, em anos anteriores, aportes do Tesouro Nacional contribuíram para o superávit das estatais. Sem esses rees em 2024, a fragilidade financeira de algumas empresas públicas ficou evidente.
Entre as estatais com os maiores déficits, destacam-se:
- Emgepron (projetos navais): prejuízo de R$ 2,49 bilhões
- Correios: prejuízo de R$ 2,19 bilhões
- Serpro (processamento de dados do governo): prejuízo de R$ 590,43 milhões
- Infraero (gestão de aeroportos federais): prejuízo de R$ 541,75 milhões
Impactos e perspectivas
O déficit gera preocupação porque as empresas precisam cobrir o rombo com recursos próprios ou por meio de rees do Tesouro Nacional. Essa situação pode pressionar ainda mais as contas públicas, especialmente em um momento de ajustes fiscais.
O Ministério da Gestão anunciou que detalhará os dados nos próximos dias. Enquanto isso, o mercado aguarda medidas capazes de reverter o desequilíbrio financeiro das estatais.
As despesas superaram as receitas em grande parte das estatais, sem o e de aportes do Tesouro.
Emgepron, Correios, Serpro e Infraero apresentaram os maiores prejuízos.
Parte do rombo reflete gastos em projetos de longo prazo, financiados por recursos acumulados em anos anteriores.