A estreia do Palmeiras na Copa Libertadores 2025 foi marcada por um grave episódio de racismo. Apesar da vitória por 3 a 2 contra o Sporting Cristal, no Estádio Nacional de Lima, no Peru, um torcedor peruano foi flagrado imitando gestos de macaco em direção aos palmeirenses presentes na arquibancada.
Ayer la Conmebol abrió expediente disciplinario contra Talleres por gestos de racismo de sus hinchas ante Sao Paulo. Lo de algunos hinchas de Cristal hoy ante Palmeiras le puede costar caro a club celeste. https://t.co/g7BXZkZhG0
— Jorge Esteves Alfaro (@esteves_jorge) April 4, 2025
O fato aconteceu na última quinta-feira (3/4), logo após o apito final. Diante da repercussão, a Conmebol confirmou a abertura de um processo disciplinar para investigar o caso.
Palmeiras cobra medidas firmes e denuncia impunidade
Em nota oficial, o Palmeiras condenou veementemente o episódio. O clube destacou que casos de racismo continuam a ocorrer com frequência nos gramados da América do Sul. A instituição também pediu providências imediatas às autoridades peruanas, à Conmebol e ao clube adversário.
— É desgastante que, semana após semana, tenhamos de nos manifestar em razão de atos racistas praticados em jogos de futebol. A reincidência deste crime, cometido nesta quinta-feira (3) por um torcedor do Sporting Cristal-PER, que imitou um macaco em direção a palmeirenses presentes no estádio, demonstra novamente que as medidas adotadas até o momento são inadequadas e insuficientes para combater os insistentes episódios de discriminação racial ocorridos nos gramados sul-americanos.
— Que o Sporting Cristal, as autoridades de segurança pública do Peru e a Conmebol tomem as devidas providências; do contrário, gestos como aos que assistimos hoje continuarão se repetindo, com a bênção da impunidade. Quanto ao Palmeiras, seguimos leais ao nosso compromisso de lutar contra toda e qualquer forma de discriminação.
— Racismo não é provocação! Racismo é crime!
Reincidência de racismo expõe falhas nas punições da Conmebol
Esse não é o primeiro caso envolvendo times brasileiros. Recentemente, Luighi, atleta do Palmeiras Sub-20, também foi alvo de racismo por torcedores do Cerro Porteño. Na ocasião, a Conmebol aplicou multa de US$ 50 mil ao clube paraguaio e impôs partidas com portões fechados.
O Código Disciplinar da Conmebol prevê sanções para atos de discriminação. As multas podem variar entre US$ 100 mil e US$ 400 mil, especialmente em casos de reincidência. No entanto, críticos apontam que as punições ainda são brandas e não têm efeito dissuasório real.
A frequência desses episódios levanta dúvidas sobre a eficácia das ações tomadas até agora. Também pressiona a entidade a rever seus critérios de combate ao racismo no futebol sul-americano.
Perguntas frequentes
A Conmebol pode aplicar multas financeiras, determinar jogos com portões fechados, impor fechamento parcial de estádios e restringir a presença de torcedores, conforme estabelecido em seu Código Disciplinar.
O Palmeiras tem adotado uma postura ativa e crítica, cobrando providências das autoridades e entidades responsáveis, e reafirmando seu compromisso de lutar contra toda forma de discriminação.