A Polícia Civil do Paraná prendeu o meia Miguelito, do América-MG e da seleção boliviana, por injúria racial contra o atacante Allano, do Operário-PR. O episódio ocorreu durante o confronto entre as duas equipes, válido pela sexta rodada da Série B do Campeonato Brasileiro, no Estádio Germano Krüger, em Ponta Grossa.
Os jogadores do Operario acusaram Miguelito do América dizendo que ele cometeu racismo com Allano do Operário
— Noite de Copa (@Noitedecopa) May 5, 2025
O jogo ficou paralisado por alguns minutos e os jogadores do Operário ficaram indignados pic.twitter.com/FInb81rpur
Segundo o árbitro Alisson Sidnei Furtado, Allano relatou ter ouvido a ofensa “preto cagão” aos 30 minutos do primeiro tempo. Imediatamente após a denúncia, o árbitro acionou o protocolo antirracismo da Fifa e da CBF, cruzando os braços em forma de “X” diante do peito. Por consequência, a partida ficou paralisada por 15 minutos.
Além disso, a Polícia Militar conduziu Miguelito, Allano e o volante Jacy — que testemunhou a cena — até a 13ª Subdivisão Policial. Após ouvir os depoimentos, os agentes deram voz de prisão em flagrante ao jogador boliviano. A polícia aplicou a Lei nº 7.716/89, que trata de crimes de discriminação racial, e confirmou que Miguelito permanecerá detido até a audiência de custódia.
Além do relato da vítima, a Polícia Civil também solicitou as imagens da transmissão oficial da partida. De acordo com os investigadores, Miguelito teria se dirigido a Allano utilizando o termo ofensivo “preto do c…”, enquanto os jogadores se posicionavam para uma cobrança de falta.
Ainda durante a paralisação, torcedores do Operário-PR protestaram com veemência e arremessaram um copo com líquido na direção do banco de reservas do América-MG. A Polícia Militar retirou o torcedor identificado, conforme relato do zagueiro da equipe mineira, que alertou os seguranças.
Posteriormente, o árbitro retomou o jogo sem aplicar cartões ou mudanças. No entanto, o clima seguiu tenso. Após a reinicialização, Allano recebeu cartão amarelo por uma entrada dura justamente em Miguelito. O treinador do América-MG optou por substituir o meia boliviano no intervalo.
Clubes se manifestam e reações divergem
Por meio de uma nota oficial nas redes sociais, o Operário-PR repudiou o episódio com firmeza e reafirmou seu compromisso com a luta antirracista. Além disso, o clube afirmou estar oferecendo e integral ao jogador Allano. De maneira enfática, a diretoria destacou que está reunindo provas para que as medidas legais avancem.
Em contrapartida, o América-MG ainda não se pronunciou oficialmente. Entretanto, Alencar da Silveira Júnior, presidente do Conselho de istração do clube mineiro, emitiu uma nota pessoal. No texto, ele garantiu que uma apuração interna não identificou qualquer conduta racista por parte de Miguelito. Além disso, o dirigente classificou as acusações como infundadas e reiterou o compromisso do América-MG com a igualdade e a dignidade humana.
Desdobramentos jurídicos em andamento
De acordo com a Polícia Civil, o inquérito será concluído nos próximos dias. A pena máxima prevista para o crime de injúria racial pode chegar a cinco anos de reclusão. Por isso, a continuidade do caso poderá impactar diretamente a carreira do jogador boliviano, que já figura na seleção nacional de seu país.
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Perguntas frequentes
Porque Allano, atacante do Operário-PR, denunciou que Miguelito o chamou de “preto do c…”. A testemunha Jacy confirmou a ofensa, e a polícia aplicou a Lei de injúria racial.
Sim. Ele acionou o protocolo antirracismo com o gesto de “X” com os braços e interrompeu a partida por 15 minutos.
Ainda não oficialmente. No entanto, o presidente do Conselho do clube defendeu o jogador e afirmou que as acusações são infundadas.