Na manhã de quinta-feira (21), um violento confronto entre brasileiros e haitianos chamou atenção no centro de Cuiabá. O episódio aconteceu na Rua 13 de Junho, próximo à Praça Alencastro. Imagens gravadas por populares mostram agressões com socos, chutes e objetos como cadeiras e pedaços de madeira.
Conflito entre vendedores ambulantes no centro de Cuiabá; veja vídeo pic.twitter.com/wROKF9iQ6l
— perrenguematogrosso (@perrenguemt) November 22, 2024
O confronto começou devido a uma disputa territorial entre vendedores ambulantes. De acordo com relatos, as rivalidades entre os grupos já eram frequentes. Contudo, a situação escalou para níveis alarmantes neste dia. Brasileiros, haitianos e venezuelanos disputam os mesmos pontos de venda na região central.
Embora a convivência seja marcada por tensões constantes, raramente ocorrem episódios tão graves. Dessa forma, o episódio revelou o agravamento da competição pelo espaço público. Um comerciante local, que pediu anonimato, afirmou: “As brigas já são comuns, mas hoje ou dos limites.”
Polícia age, mas não efetua detenções
A Polícia Militar chegou ao local para dispersar o tumulto e restaurar a ordem. Apesar da gravidade do confronto, ninguém foi detido. Além disso, até o momento, não há registro de feridos graves. Entretanto, a ausência de prisões gerou preocupação entre moradores e comerciantes.
Os frequentadores da área central esperam respostas mais firmes das autoridades. Afinal, conflitos como esse ameaçam tanto a segurança quanto a estabilidade das atividades comerciais locais.
O crescimento do fluxo migratório em Cuiabá intensificou a competição entre trabalhadores. Migrantes, principalmente haitianos e venezuelanos, enfrentam dificuldades econômicas severas. Dessa forma, muitos se veem obrigados a buscar sustento no comércio ambulante.
No entanto, a falta de políticas públicas de inclusão econômica contribui para o aumento das tensões. Mariana Dias, socióloga, explica: “Sem estratégias claras, esses grupos competem pelo mesmo espaço, o que inevitavelmente resulta em conflitos.”
Prefeitura não se posiciona sobre o caso
Até o momento, a Prefeitura de Cuiabá não divulgou nota oficial sobre o episódio. Além disso, não há informações sobre medidas planejadas para evitar novos confrontos. O silêncio do poder público reforça a sensação de abandono por parte de comerciantes e migrantes.
Diante dos constantes atritos, a regulamentação do comércio ambulante parece inevitável. Delimitar pontos de venda e emitir licenças para ambulantes podem reduzir os conflitos. Além disso, projetos sociais voltados para a integração de migrantes trariam impactos positivos.
Por fim, o episódio desta quinta-feira evidenciou problemas estruturais que exigem ações imediatas. Dessa forma, a sociedade e o poder público precisam unir esforços para evitar novos confrontos.