Mato Grosso desponta como uma das maiores promessas econômicas para 2025. Segundo uma reportagem publicada pelo jornal Estado de S. Paulo, baseada em um estudo da consultoria Tendências, o Estado e outros da região Centro-Oeste devem registrar um crescimento de 2,8% no Produto Interno Bruto (PIB). O número supera a média nacional, projetada em 2% pelo Banco Central.
O desempenho positivo do Centro-Oeste será impulsionado, sobretudo, pela produção agrícola. A safra 2024/2025 de grãos, especialmente de soja e milho, promete bater recordes, atingindo 322,25 milhões de toneladas. Isso representa um aumento de 8,1% em relação à safra anterior, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Para a economista Camila Saito, da consultoria Tendências, “o Centro-Oeste tem um cenário mais positivo para 2025, principalmente por causa do agro, que deve ter uma recuperação”.
Agronegócio impulsiona recuperação regional
Após uma retração na safra 2023/2024 causada pelo fenômeno El Niño, as expectativas indicam uma forte recuperação econômica. O PIB agropecuário da região deverá subir 6% em 2025, recuperando-se de uma queda de 6,1% no ano anterior. Mato Grosso, um dos maiores produtores de grãos do Brasil, terá um crescimento econômico de 3,7%, segundo o estudo.
O impacto dessa recuperação não ficará ao agronegócio. O aumento da produção agrícola deve influenciar positivamente outros setores, como o de serviços e o mercado imobiliário. Dados da pesquisa IPC Maps mostram que o potencial de consumo do Centro-Oeste alcançou R$ 660 bilhões em 2024, representando 9,02% da participação nacional.
Setores de consumo e investimentos se fortalecem
O crescimento econômico também se reflete no setor imobiliário. Goiânia, por exemplo, se destaca como uma das cidades com maior demanda por imóveis, tanto econômicos quanto de alto padrão. Segundo Renato Correia, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), “Goiânia é o centro do agronegócio brasileiro. Ela oferece infraestrutura completa, além de estar estrategicamente localizada próxima a grandes centros de produção”.
Além disso, o volume financeiro de investimentos no setor private (acima de R$ 5 milhões) no Centro-Oeste alcançou R$ 78,8 bilhões em 2024. Nos últimos três anos, esse segmento cresceu, em média, 20,9% ao ano, o maior ritmo de expansão do Brasil.
Para Leandro Karam, da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), o agronegócio tem dinamizado a economia regional. “É um aquecimento de toda uma cadeia. O agro acaba trazendo desenvolvimento para a região em função do excesso de liquidez que o setor tem gerado”, explicou.
O crescimento será impulsionado pela recuperação do agronegócio, especialmente com uma safra recorde de grãos.
O PIB do Estado deve crescer 3,7%, destacando-se entre os maiores avanços econômicos regionais.
O crescimento do agro aumenta o consumo, movimenta o setor de serviços e dinamiza o mercado imobiliário, gerando efeitos positivos em diversas áreas.