Com público reduzido, Bolsonaro faz apelo por anistia e arrisca discurso em inglês durante ato na Paulista

Com público reduzido, Bolsonaro faz apelo por anistia e arrisca discurso em inglês durante ato na Paulista

Com menos da metade do público que atraiu no ano ado, Jair Bolsonaro (PL) reuniu cerca de 44,8 mil apoiadores na Avenida Paulista, em São Paulo, neste domingo (6), em mais uma manifestação a favor da anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023. O ex-presidente discursou por cerca de 25 minutos, e em um momento incomum, arriscou algumas palavras em inglês diante da multidão.

A tentativa de internacionalizar sua mensagem ocorre justamente no momento em que Bolsonaro se tornou réu por tentativa de golpe de Estado, processo aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) há duas semanas. Durante o discurso, ele enfatizou que sua prioridade é defender as “pessoas humildes”, como “senhoras com a Bíblia na mão”, que estariam presas por envolvimento nas invasões aos Três Poderes, em Brasília.

Manifestação perde força e expõe desgaste da pauta da anistia

A queda de público foi expressiva em relação à manifestação de fevereiro do ano ado, quando 185 mil pessoas estiveram na Paulista, segundo o mesmo levantamento do Monitor do Debate Público da USP. O monitor usa um software para contar, a partir de imagens de drone, a quantidade de pessoas presentes. Foram analisadas 47 fotos, com foco no horário de pico da manifestação, às 15h44.

Diferente de 2023, a Polícia Militar e a Secretaria de Segurança Pública evitaram divulgar qualquer estimativa oficial. Isso ocorre após o fracasso de mobilização em Copacabana, no mês ado, quando apenas 18,3 mil pessoas compareceram ao ato que previa mais de um milhão.

Nas redes bolsonaristas, a expectativa era alta para o ato em São Paulo, mas os organizadores optaram por não falar em números. O próprio histórico de Bolsonaro mostra que ele já conseguiu mobilizações bem maiores. Em 2022, por exemplo, o então presidente reuniu 64,6 mil pessoas no Rio de Janeiro durante o feriado de 7 de Setembro.

Bolsonaro seria diretamente beneficiado por anistia defendida no ato

O apelo de Bolsonaro pela anistia abrange não só seus apoiadores já condenados, mas também a si próprio. Mesmo assim, a opinião pública permanece dividida. Segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada no mesmo dia do ato, 56% dos entrevistados defendem que os envolvidos nos atos antidemocráticos permaneçam presos. Apenas 34% são favoráveis à soltura.

Ainda de acordo com o levantamento, 52% dos brasileiros consideram justa a decisão do STF de tornar Bolsonaro réu. Para 36%, a decisão foi injusta. Apenas 1% dos entrevistados negam que houve tentativa de golpe de Estado.

Durante a manifestação, o ambiente foi marcado por paródias sertanejas, discursos inflamados e músicas com ritmo de pancadão. A figura da cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, famosa por escrever com batom “perdeu, mané” na estátua da Justiça, também foi mencionada. Ela responde ao processo em liberdade, após ter sua pena de 14 anos substituída por prisão domiciliar.

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Perguntas frequentes

Quantas pessoas participaram do ato de Bolsonaro na Avenida Paulista em 2024?

Segundo o Monitor do Debate Público da USP, cerca de 44,8 mil pessoas estiveram presentes no pico da manifestação.

Por que Bolsonaro arriscou falar em inglês durante o ato?

O ex-presidente tentou ampliar o alcance internacional de sua mensagem, especialmente ao defender os condenados pelos atos de 8 de janeiro.

O que diz a maioria dos brasileiros sobre a anistia aos presos do 8 de Janeiro?

De acordo com pesquisa Genial/Quaest, 56% dos entrevistados são contra a soltura dos condenados e preferem que permaneçam presos.

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