Após a privatização da Eletrobras, haverá uma mudança gradual no modelo em que a energia produzida pelas usinas da estatal é comercializada — processo chamado de descotização.
Hoje, a energia produzida por parte das usinas da estatal é vendida aos consumidores a valores mais baixos que os praticados pelo mercado. Com a privatização e a retirada dessas usinas desse regime, a Eletrobras poderá vender a energia a preço de mercado (mais alto).
Segundo o Ministério de Minas e Energia, a transição entre os modelos terá duração de cinco anos.
Os especialistas dizem que uma eventual redução na conta de luz será pequena e temporária — irá vigorar apenas nos primeiros anos após a privatização da Eletrobras.
Mas afinal, o preço da energia muda ou não?
Nesse primeiro momento, o alívio na fatura será possível porque parte do dinheiro da privatização será destinada à CDE, fundo que é bancado pelos consumidores via conta de luz todos os meses.
Na conta dos analistas, o alívio na conta de luz residencial devido à privatização deve ser inferior a 3% em 2022. Essa queda só deve mitigar o forte avanço de preço já previsto para esse ano.
Uma queda mais estrutural na fatura não deve acontecer por causa dos chamados “jabutis” — trechos incluídos em uma MP que extrapolam o assunto original da proposta e que, no caso específico desse projeto, acabaram elevando os custos da operação.
O texto aprovado, por exemplo, prevê a contratação de 8 mil megawatts de usinas termelétricas movidas a gás. Mais caras, essas usinas terão de entrar em operação entre 2026 e 2030 e serão bancadas pelo consumidor.
Via g1