Nesta sexta-feira (16), um acidente inusitado chamou atenção em Campinas (SP). Câmeras de segurança registraram o momento em que um carro, parado em um cruzamento, foi violentamente atingido por outro veículo. Como resultado, o automóvel partiu-se ao meio. Ainda assim, o motorista conseguiu manobrar a parte dianteira do carro por alguns segundos e deu uma volta completa antes de parar.
Apesar da cena impressionante, ninguém se feriu. Entretanto, o episódio reacendeu o debate sobre as condições dos veículos em circulação nas vias urbanas e, principalmente, sobre a eficiência da fiscalização.
Veículo irregular: histórico revela 38 infrações e R$ 60 mil em dívidas
Logo após o acidente, a Prefeitura de Campinas confirmou que o veículo envolvido possuía 38 multas registradas e acumulava mais de R$ 60 mil em dívidas. Ou seja, o carro já deveria estar fora de circulação. No entanto, por falhas na fiscalização e ausência de medidas efetivas, continuava transitando livremente pela cidade.
Além disso, a legislação brasileira permite que veículos com esse tipo de débito tenham o licenciamento suspenso. Contudo, na prática, a fiscalização é esporádica e ineficiente, o que permite que casos como esse se repitam com frequência nas grandes cidades.
Motorista transportava recicláveis e expôs a precariedade da cadeia informal
De acordo com testemunhas, o condutor utilizava o carro para transportar materiais recicláveis. Assim, o caso revela não apenas o risco mecânico, mas também a precarização do trabalho informal. Grande parte dos catadores atua sem qualquer tipo de apoio, dirigindo veículos em estado crítico e sem manutenção adequada.
Dessa forma, o acidente não foi apenas uma colisão no trânsito. Ele evidenciou a vulnerabilidade de trabalhadores que sustentam parte da economia circular urbana, mas que permanecem invisíveis diante do poder público.
Perguntas frequentes
A fiscalização atual é falha e insuficiente.
O transporte informal opera à margem da lei.
A cultura de reação ainda prevalece sobre a prevenção.