A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) afirmou que não teria condições de ar uma prisão, após ser condenada a 10 anos e 6 meses de reclusão pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A declaração foi feita em entrevista à jornalista Leda Nagle, divulgada nesta semana, em que Zambelli chorou ao comentar o impacto da decisão.
“Eu tenho certeza de que não sobreviveria na cadeia. Eu tenho um filho para criar”, disse a deputada, visivelmente emocionada.
STF impõe pena por porte ilegal e constrangimento com arma
A condenação se refere ao episódio de outubro de 2022, às vésperas do segundo turno das eleições presidenciais. Carla Zambelli perseguiu um homem negro pelas ruas do bairro Jardins, em São Paulo, enquanto portava uma arma de fogo. O vídeo viralizou nas redes sociais e gerou ampla repercussão.
O STF entendeu que a parlamentar cometeu crime eleitoral com agravantes, ao usar arma em público durante o período eleitoral. Os ministros do STF classificaram a ação como abuso de poder e ameaça à ordem democrática.
Deputada perde direitos políticos e poderá perder o mandato
A pena definida pelos ministros inclui reclusão em regime fechado, além da perda do mandato parlamentar e da elegibilidade. No entanto, a execução da sentença ainda depende da análise de recursos e da deliberação da Câmara dos Deputados, que deverá decidir sobre a cassação do mandato — etapa que pode gerar embates no Congresso.
A defesa da parlamentar já anunciou que pretende recorrer. Os advogados devem apresentar embargos ao STF, buscando rever ou reduzir a pena.
Zambelli fala em perseguição política
Durante a entrevista, Carla Zambelli classificou a decisão como política e persecutória. Ela afirmou que virou alvo por defender pautas conservadoras:
“Eu me tornei um alvo. Vários parlamentares de direita estão sendo atacados.”
Reações dividem opiniões
A condenação gerou reações opostas no meio político. Enquanto aliados de Jair Bolsonaro criticaram o STF e chamaram a pena de “desproporcional”, opositores elogiaram a decisão e defenderam que o caso representa um limite claro para o uso irresponsável de armas por autoridades eleitas.
Para especialistas, a decisão reforça o papel do Judiciário na proteção do processo democrático e no enfrentamento de atos violentos praticados por figuras públicas.
Perguntas e respostas:
O Supremo Tribunal Federal condenou a deputada por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com agravantes. O caso ocorreu em outubro de 2022, quando Zambelli perseguiu, armada, um homem negro pelas ruas do bairro Jardins, em São Paulo, durante o período eleitoral. Para os ministros, a conduta caracterizou abuso de poder e ameaça à ordem democrática, o que resultou em uma pena de 10 anos e 6 meses de reclusão em regime fechado.
Ainda não. Apesar da condenação, a defesa ainda pode apresentar recursos, como embargos, para adiar a execução da pena. Além disso, por ser parlamentar, Zambelli só poderá perder o mandato após decisão da Câmara dos Deputados, o que pode gerar disputas políticas dentro do Congresso.
Em entrevista à jornalista Leda Nagle, Carla Zambelli chorou ao comentar a sentença e afirmou que “não sobreviveria na cadeia”. Disse também que tem um filho para criar e que se considera vítima de perseguição política por ser uma parlamentar conservadora. Segundo ela, há uma tentativa de silenciar vozes da direita no Brasil.
