O biólogo, fotógrafo e guia de turismo Marcos Ardevino, de 38 anos, tem se destacado na captura da vida selvagem no Pantanal, um dos biomas mais ricos do mundo. Natural de Cáceres, hoje ele recebe turistas de diferentes partes do planeta na região da Transpantaneira, em Poconé, onde seu talento e paixão pela fotografia se entrelaçam com a preservação da natureza.
A Trajetória de Marcos Ardevino
Marcos começou sua jornada fotográfica em 2011, quando adquiriu seu primeiro equipamento profissional. Inicialmente, ele fotografava aniversários e casamentos para ganhar experiência, mas sempre teve um objetivo maior: a fotografia de vida selvagem. “Atuo como guia desde 2012 e, com o tempo, percebi que meu verdadeiro amor era capturar a beleza do Pantanal”, afirma.
Ele utiliza as redes sociais como um poderoso meio de compartilhar suas imagens da fauna e flora pantaneira, que abriga cerca de 264 espécies de peixes, 652 de aves, 102 de mamíferos, 177 de répteis e 40 de anfíbios. As fotos e vídeos que capturam momentos únicos da vida selvagem têm atraído a atenção de muitos, contribuindo significativamente para a captação de turistas.
O Papel das redes sociais no turismo
“A publicação das fotos nas redes ajuda muito na captação de turistas. Muitas pessoas me procuram pelo Instagram e Facebook. O mercado de fotografia de vida selvagem no Pantanal vem ganhando reconhecimento”, destaca Marcos. Contudo, ele também reconhece um desafio enfrentado por turistas nacionais e moradores de Mato Grosso: a inibilidade do Pantanal. As diárias nas pousadas ao longo da rodovia Transpantaneira podem ultraar os R$ 1 mil, o que representa um obstáculo para muitos.
Sustentabilidade e turismo responsável
Marcos compreende as preocupações com os altos custos, mas ressalta que o turismo em massa não é viável para o Pantanal, devido à fragilidade do ecossistema. “Faltam profissionais qualificados para atender os turistas, e o aumento no número de visitantes poderia comprometer a região”, explica. Atualmente, a maioria de seus clientes é composta por turistas estrangeiros, que, devido à conversão do dólar e euro, encontram preços mais íveis em relação aos padrões de seus países.
O Futuro do Ecoturismo no Pantanal
Apesar dos desafios, Marcos vê um grande potencial para o crescimento do ecoturismo na região. “O Pantanal tem uma demanda significativa, e há uma escassez de mão de obra qualificada. Existe muito espaço para o crescimento profissional”, afirma. Ele observa que muitas pessoas começaram do zero, estudaram e desenvolveram suas habilidades no setor.
“Ao longo dos anos, o ecoturismo se tornou uma oportunidade para muitos, e é essencial que continuemos a promover a conservação do nosso bioma, ao mesmo tempo em que atraímos visitantes”, conclui Marcos, ressaltando a importância de equilibrar o turismo e a preservação ambiental no Pantanal.