O governo de Burkina Faso deu um o ousado ao proibir oficialmente a importação de roupas de segunda mão dos Estados Unidos. A medida, anunciada pelo presidente Ibrahim Traoré, vem acompanhada de uma declaração contundente: “A África é um continente, não uma lata de lixo“.
A indústria do descarte disfarçado de ajuda
Por décadas, os países africanos receberam milhões de toneladas de roupas usadas dos países desenvolvidos. O que era vendido como “ajuda humanitária” ou “comércio justo” na prática:
- Destruiu mercados locais de confecção
- Reduziu a autonomia produtiva do continente
- Criou uma relação de dependência comercial

Impacto econômico e cultural
A proibição visa:
- Revitalizar a indústria têxtil local
- Reduzir a imagem de “continente receptor de descartes”
- Fortalecer a identidade cultural africana
Dados da UNCTAD mostram que a África poderia criar 2 milhões de empregos se substituísse 40% das importações de roupas usadas por produção local.
Reações internacionais
Enquanto organizações africanas celebram a medida, os EUA já manifestaram preocupação. A proibição afeta um mercado que movimenta US$ 1,3 bilhão anualmente em exportações americanas de roupas usadas para a África. A União Europeia também expressou reservas, alegando impactos no comércio global. Especialistas destacam que a decisão pode beneficiar a indústria têxtil local, mas também gerar desemprego em países exportadores. ONGs defendem a medida como essencial para o desenvolvimento sustentável, enquanto críticos argumentam que ela limita opções íveis para consumidores africanos. O debate reflete tensões entre protecionismo econômico e liberalização comercial.
Perguntas e Respostas:
- Quais países africanos já adotaram medidas similares?
Ruanda, Quênia e Tanzânia já implementaram restrições, com resultados mistos. - Como a população local será afetada?
A curto prazo, pode haver aumento nos preços. A longo prazo, espera-se desenvolvimento da indústria local. - Isso faz parte de um movimento maior?
Sim, integra a tendência de “desocidentalização” econômica que ganha força no continente.