O segundo voo da Operação Raízes do Cedro com a Força Aérea Brasileira (FAB) decolou na manhã desta segunda-feira (7) de Beirute, no Líbano, com 227 ageiros a bordo, incluindo brasileiros e familiares. A FAB conduziu a missão de repatriação em resposta ao aumento dos conflitos na região entre Israel e o grupo Hezbollah. Lamis Abou, uma jovem brasileira de 15 anos, estava entre os repatriados. Ela relatou as dificuldades vividas antes de embarcar, dizendo: “A gente ouviu barulho no aeroporto o tempo todo e ainda consegue ouvir bombardeios até da janela do avião”.
O Governo Federal iniciou a Operação Raízes do Cedro após o aumento da violência no Oriente Médio, especialmente no Líbano, devido aos conflitos entre Israel e o Hezbollah. A ação prioritária visa repatriar cidadãos brasileiros e seus familiares, especialmente mulheres, crianças, idosos e pessoas com deficiência. Lamis Abou, que ava férias no Líbano desde julho, optou por prolongar sua estadia com seus avós paternos, mas o agravamento do cenário a deixou exposta aos bombardeios diários. Sua mãe, Nuna Saleh, confirmou que as aulas de Lamis foram suspensas e que ela viveu momentos de terror.
A logística do resgate e a participação da FAB
A Força Aérea Brasileira utilizou as aeronaves KC-30 para conduzir os resgates no Líbano, com equipes médicas e psicológicas a bordo para dar e aos ageiros durante o voo. Além de Lamis, outros 226 brasileiros seguiram no voo de repatriação, que partiu do aeroporto de Beirute. O primeiro voo da operação, realizado no início de outubro, já havia trazido 229 brasileiros, totalizando 456 pessoas resgatadas até agora. Então, a expectativa é que, nas próximas semanas, mais cidadãos brasileiros sejam resgatados da zona de conflito.
A situação do conflito no Líbano e o impacto para os brasileiros
O Líbano enfrenta uma crise interna severa, agravada pela tensão entre Israel e Hezbollah. Com cerca de 20 mil brasileiros vivendo no país, o conflito fez com que aproximadamente 3 mil manifestassem interesse em retornar ao Brasil. O governo brasileiro, por meio do Itamaraty e da FAB, tem coordenado esforços para garantir a segurança e o retorno dessas pessoas. Assim, a operação, além de trazer brasileiros de volta ao Brasil, também reforça as orientações de segurança para quem permanece no Líbano.
Portanto, o governo orienta a seguir as recomendações de segurança emitidas pelas autoridades locais e, se possível, deixar o território libanês por meios próprios. O Itamaraty tem mantido contato com os brasileiros ainda no Líbano e disponibiliza uma linha de plantão consular para emergências. Enquanto isso, a FAB segue preparada para realizar novas missões de repatriação, garantindo o retorno dos brasileiros que ainda aguardam a saída do país.
