Banco Central realiza dois leilões e injeta US$ 4,6 bilhões para conter alta do dólar

O principal fator para a escalada do dólar é a desconfiança do mercado quanto à sustentabilidade fiscal do Brasil.

O Banco Central (BC) brasileiro tomou medidas ousadas nesta segunda-feira (16) para conter a disparada do dólar, que alcançou R$ 6,09 pela manhã. Em dois leilões extraordinários, foram injetados US$ 4,6 bilhões no mercado, somando-se uma série de intervenções cambiais realizadas ao longo da última semana. Apesar das ações, a cotação da moeda norte-americana ainda mostra resistência, refletindo o esforço econômico e as políticas internas.

A estratégia do BC: o que são os leilões extraordinários?

Para quem acompanha o mercado de câmbio, a transação do BC não é novidade, mas os leilões realizados nesta manhã chamam atenção pelo montante. No primeiro, US$ 1.627 bilhões foram vendidos em dólar à vista, buscando alívio imediato imediato sobre o mercado. Horas depois, um leilão de linha injetou mais US$ 3 bilhões, mas com compromisso de recompra em março de 2025. Essas operações seguem a lógica da oferta e demanda: mais dólares no mercado tendem a reduzir seu preço.

Contudo, mesmo com os leilões, o dólar ainda estava cotado a R$ 6,048 no fim da manhã, apresentando alta de 0,28%. Isso indica que a instabilidade econômica segue como pano de fundo para o comportamento do câmbio, independentemente da oferta pontual de moeda estrangeira.

Por que o dólar continua em alta?

O principal fator para a escalada do dólar é a desconfiança do mercado quanto à sustentabilidade fiscal do Brasil. Com o Congresso discutindo ajustes no orçamento e no cenário político quente, os investidores buscam ativos mais seguros, como o dólar. Além disso, a elevação da taxa Selic para 12,25% ao ano, anunciada recentemente pelo Comitê de Política Monetária (Copom), demonstra a preocupação das autoridades em controlar a inflação, mas também encarece o crédito e pode impactar o crescimento econômico.

As medidas do BC podem trazer um alívio momentâneo, mas a recuperação da confiança depende de fatores estruturais, como o controle das contas públicas e a estabilidade política. Por enquanto, o mercado seguirá atento às novas orientações e à evolução das reformas econômicas.

A alta da Selic será suficiente para atrair investidores e conter a alta do dólar?

O impacto dependerá da confiança no ajuste fiscal e na política monetária como um todo.

Como o aumento do dólar afeta diretamente o bolso do consumidor?

Pressiona o preço de produtos importados e aumenta a inflação, impactando alimentos e combustíveis.

O que pode acontecer se o Congresso não aprovar as reformas fiscais?

A falta de ajustes pode ampliar o déficit público e intensificar a desvalorização do real frente ao dólar.

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