Quatro meses após enfrentar um dos piores desastres ambientais de sua história, o Rio Piracicaba, localizado no interior de São Paulo, finalmente dá sinais de recuperação. As chuvas intensas, somadas ao início do período de Piracema, trouxeram de volta a esperança à comunidade local, que agora testemunha o retorno da vida ao rio. No entanto, o cenário ainda exige atenção e medidas preventivas, enquanto a população se recupera dos impactos do evento devastador.
Após desastre ambiental, moradores comemoram volta de peixes ao Rio Piracicaba. pic.twitter.com/PvQQV9Kz3q
— perrenguematogrosso (@perrenguemt) November 7, 2024
Chuva intensa revitaliza o rio e aumenta o nível da água
Entre os dias 2 e 3 de novembro, fortes chuvas elevaram o nível do Rio Piracicaba além do esperado para o mês. Esse aumento considerável de volume, de acordo com as autoridades locais, diluiu a poluição e, por conseguinte, proporcionou condições mais seguras para a vida aquática. Assim, a chuva não apenas renovou o fluxo do rio, mas também trouxe um alívio à comunidade, que ainda enfrenta os impactos do desastre.
Ciclo da piracema: cardumes em movimento surpreendem e animam a comunidade
Além da chuva, o período da Piracema, conhecido como o ciclo de reprodução dos peixes, surpreendeu os moradores. Durante a Piracema, os peixes migram até as nascentes para desovar, renovando o ecossistema do rio. Eduardo Severino, morador da região, registrou o momento em que cardumes voltaram a nadar nas águas do Piracicaba. “É bonito ver o rio ressuscitando depois de tanto sofrimento”, disse Severino, em um testemunho compartilhado ao portal Metrópoles.
Multa ambiental e responsabilidade pela poluição
Ainda assim, é importante destacar que o Rio Piracicaba sofreu a maior mortandade de peixes já registrada em sua história, com aproximadamente 253 mil peixes mortos ao longo de 70 quilômetros, impactando até a Área de Proteção Ambiental (APA) do Tanquã. Segundo a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), a Usina São José, situada em Rio das Pedras, teria sido a principal causadora do desastre devido à poluição das águas. Por isso, a Cetesb aplicou uma multa de R$ 18 milhões à usina, que, no entanto, ainda não foi paga.
Preservação e fiscalização: caminhos necessários para a sustentabilidade do rio
Por fim, especialistas enfatizam que, embora o cenário seja agora promissor, a preservação do Rio Piracicaba depende de esforços contínuos de preservação e controle de poluentes. Desse modo, a comunidade espera que as autoridades intensifiquem a fiscalização ambiental para evitar novos desastres, garantindo, assim, a preservação e segurança do ecossistema.