Donald Trump, prestes a reassumir a presidência dos Estados Unidos, gerou controvérsia ao sugerir que o Golfo do México seja renomeado como “Golfo da América”. Claudia Sheinbaum, presidente do México, não perdeu tempo e rebateu a proposta com uma provocação carregada de ironia. Durante uma coletiva nesta quarta-feira (8), Sheinbaum afirmou: “Por que não chamamos os Estados Unidos de América Mexicana? É um nome bonito, não é?”, enquanto apontava para um mapa histórico que exibia o México com territórios que hoje pertencem aos EUA.
‘América Mexicana’: presidente do México ironiza declarações de Trump sobre o Golfo do México; veja vídeo
— perrenguematogrosso (@perrenguemt) January 8, 2025
📽️Metrópoles
Tradução: Sam Pancher pic.twitter.com/j4Jv8VMJ7C
História e estratégia na resposta mexicana
Sheinbaum aproveitou o momento para oferecer uma resposta carregada de contexto histórico. Ela citou a Constituição de Apatzingán, promulgada em 1814, que idealizava um Estado unificado na América do Norte, incluindo México, Canadá e Estados Unidos. Embora nunca tenha sido implementada, essa referência serviu para sublinhar o absurdo da ideia de Trump e destacar como ela ignora os complexos marcos históricos e diplomáticos da região. Além disso, Alfonso Suárez del Real, assessor político da presidência mexicana, reforçou o ponto ao exibir mapas históricos que comprovam o uso do nome “Golfo do México” desde o século 16, muito antes da criação dos Estados Unidos.
Trump intensifica a retórica nacionalista
Na coletiva realizada na terça-feira (7), Trump ampliou a polêmica ao propor a anexação do Canadá como o 51º estado norte-americano. Ele também cogitou o uso de força militar para tomar o controle da Groenlândia e do Canal do Panamá. Como se não bastasse, Trump anunciou sua intenção de aplicar tarifas pesadas ao México e ao Canadá, justificando a medida como uma forma de combater o tráfico de drogas e corrigir déficits comerciais. Essas declarações inflamaram ainda mais o cenário geopolítico e levantaram preocupações sobre as possíveis implicações das ideias de Trump para as relações internacionais.
Consequências geopolíticas e econômicas
O Golfo do México, reconhecido como o maior golfo do mundo, possui uma importância estratégica inegável. A região, rica em petróleo e com localização crucial para o comércio marítimo, é essencial para as economias dos países que a rodeiam. Alterar o nome ou propor mudanças no controle territorial ameaça não apenas a estabilidade diplomática, mas também a cooperação econômica entre as nações da América do Norte.
Conclusão
A resposta de Claudia Sheinbaum ilustrou como as declarações de Trump soam descoladas da realidade histórica e diplomática. Além disso, o contexto geopolítico da região reforça a importância de respeitar o nome e a relevância do Golfo do México, que vai muito além das fronteiras americanas.
Ela utilizou o sarcasmo para destacar o absurdo da ideia de renomear o Golfo do México como “Golfo da América”.
O golfo possui grande importância econômica e estratégica, com destaque para suas reservas de petróleo e papel no comércio marítimo.
Ele sugeriu anexar o Canadá, usar força militar para tomar a Groenlândia e o Canal do Panamá, e impor tarifas ao México e ao Canadá.