Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), realizou nesta quarta-feira (8/1) um balanço detalhado sobre os dois anos dos ataques de 8 de janeiro de 2023. Durante o evento, o ministro enfatizou os avanços nas condenações, as medidas adotadas contra os envolvidos e o impacto do extremismo digital no cenário político. Além disso, Moraes reforçou que o populismo extremista continua ativo, exigindo vigilância constante para proteger o Estado Democrático de Direito.
Alexandre de Moraes faz balanço de dois anos do 8 de janeiro e alerta sobre persistência do golpismo; veja vídeo
— perrenguematogrosso (@perrenguemt) January 8, 2025
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Balanço das responsabilizações
Primeiramente, Moraes apresentou números que ilustram o progresso das responsabilizações judiciais. Até o momento, o STF já condenou 371 pessoas diretamente envolvidas nos atentados contra os Três Poderes. Além disso, 527 investigados fizeram acordos com o Ministério Público Federal (MPF), itindo crimes menores e aceitando penas alternativas. Assim, 898 pessoas já enfrentaram algum tipo de penalidade pelos atos antidemocráticos.
Entre os condenados, 225 receberam penas severas, que variam de três a 17 anos e seis meses de prisão. Essas sentenças incluem crimes como tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e dano qualificado. Por outro lado, 146 pessoas foram punidas por incitação e associação criminosa, recebendo penas como uso de tornozeleira eletrônica, prestação de serviços comunitários e multas.
Reflexões sobre o golpismo e o extremismo digital
Além dos números apresentados, Moraes relembrou eventos que antecederam os ataques. Ele mencionou a obstrução de vias pela Polícia Rodoviária Federal durante as eleições de 2022 e a tentativa de invasão à Polícia Federal em dezembro daquele ano. Além disso, o ministro destacou que, após a posse presidencial, muitos acreditaram equivocadamente que o golpismo havia sido derrotado. No entanto, ele alertou que o populismo extremista segue ativo, utilizando o ambiente digital para promover discursos antidemocráticos e alimentar tensões políticas.
Propostas para fortalecer a democracia
Por fim, Moraes ressaltou que é fundamental adotar medidas robustas para proteger o Estado Democrático de Direito. Ele defendeu não apenas a punição rigorosa dos responsáveis por atos antidemocráticos, mas também o debate sobre a participação de militares, magistrados e membros do Ministério Público na política. De acordo com o ministro, essas ações são indispensáveis para evitar novos ataques e garantir a estabilidade democrática no Brasil.
Até agora, 898 pessoas enfrentaram algum tipo de responsabilização, incluindo 371 condenações.
Crimes como tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e dano qualificado.
Ele alertou que o extremismo digital ainda alimenta o golpismo e representa uma ameaça contínua à democracia.