A Advocacia-Geral da União (AGU) anunciou que enviará uma notificação à Meta, controladora do Facebook, Instagram e WhatsApp, exigindo explicações sobre as mudanças em sua política de checagem de fatos. Após uma reunião no Palácio do Planalto, liderada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a AGU estipulou o prazo de 72 horas para que a empresa esclareça suas novas diretrizes.
AGU dá prazo à Meta: governo cobra explicações sobre fim da checagem de fatos
— perrenguematogrosso (@perrenguemt) January 10, 2025
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O que está em jogo?
A mudança foi anunciada pelo CEO da Meta, Mark Zuckerberg, na última terça-feira (7/1). Ele afirmou que a empresa deixará de contar com um departamento dedicado à checagem de fatos, substituindo-o por um modelo de “notas da comunidade”, inspirado na rede X, de Elon Musk. Zuckerberg defendeu a decisão, afirmando que os checadores de fato haviam se tornado “politicamente parciais”, comprometendo a confiança dos usuários e promovendo censura.
No entanto, a declaração gerou forte reação do governo brasileiro. Jorge Messias, chefe da AGU, questionou a transparência da Meta e ressaltou a preocupação com a proteção de grupos vulneráveis e setores estratégicos. “A sociedade brasileira não ficará à mercê desse tipo de política”, afirmou Messias.
Impacto e preocupações do governo
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, também criticou a mudança, usando como exemplo um vídeo falso criado com inteligência artificial que envolveu o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Segundo Costa, mesmo conteúdos manipulados de forma rudimentar podem causar grandes danos, não apenas à imagem de figuras públicas, mas também à economia.
O governo brasileiro vê a checagem de fatos como uma ferramenta crucial para combater a desinformação, especialmente em um ambiente político e social já polarizado. A Meta, por sua vez, terá que responder como pretende equilibrar a liberdade de expressão com a necessidade de combater conteúdos falsos e prejudiciais.
Para garantir rapidez na avaliação da nova política e mitigar possíveis impactos da desinformação.
É um sistema colaborativo onde os próprios usuários adicionam contexto a conteúdos, semelhante ao adotado pela rede X.
Um vídeo falso criado com inteligência artificial envolvendo Fernando Haddad, que gerou impacto negativo na economia.