O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), sugeriu uma parceria inusitada para lidar com a alimentação da população em situação de rua. Durante entrevista nesta quinta-feira (23), ele propôs que essas pessoas possam almoçar no restaurante universitário (RU) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Segundo Abilio, a iniciativa seria uma “experiência social” tanto para os estudantes quanto para a população vulnerável.
Abilio sugere moradores de rua no restaurante da UFMT e gera debate sobre "experiência social"
— perrenguematogrosso (@perrenguemt) January 23, 2025
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Proposta da parceria
Abilio destacou que a prefeitura está disposta a arcar com o custo da alimentação em uma eventual parceria com a UFMT. Atualmente, o RU oferece três refeições diárias: café da manhã por R$ 1,00 e almoço e jantar por R$ 2,50 cada, valor subsidiado para estudantes de graduação. O prefeito sugeriu que a alimentação dos moradores de rua poderia custar R$ 2,00, com a prefeitura cobrindo essa despesa.
“A gente quer oferecer a alimentação num local adequado, num restaurante popular, por exemplo. Quero até saber se a Universidade Federal está à disposição para uma parceria. A gente leva o pessoal de ônibus para almoçar no RU. Sei que isso será uma experiência social importante para eles, para que os estudantes possam ver a realidade das pessoas em situação de rua”, disse o prefeito.
Abilio argumentou que a parceria também pode incentivar a academia a buscar soluções estruturais para os problemas enfrentados pela população em situação de rua. Entretanto, ele reconheceu que a proposta precisará ser discutida em detalhe, especialmente porque o restaurante é terceirizado e sua operação depende de contratos específicos.
Debate em andamento
A sugestão surge em meio a críticas sobre o veto da distribuição de marmitas nas ruas de Cuiabá. O prefeito afirmou que não interromperá o fornecimento de alimentação enquanto não houver uma alternativa viável, mas reafirmou sua posição contrária à distribuição de marmitas diretamente nas ruas.
Nesta quarta-feira (22), Abilio se reuniu com o procurador-geral do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), Deosdete Cruz, para discutir a questão. Segundo o prefeito, o diálogo foi produtivo, e um acordo sobre a alimentação da população vulnerável deve ser anunciado em breve. No entanto, ele não deu detalhes sobre as tratativas.
Impacto para estudantes e comunidade
A proposta de utilizar o restaurante universitário para essa finalidade gera diferentes interpretações. Enquanto Abilio acredita que a iniciativa pode proporcionar maior interação social e resolução do problema, talvez a estrutura do RU possa não ser adequada para atender uma nova demanda sem comprometer a qualidade do serviço oferecido à comunidade acadêmica ou algum fato ocorrer envolvendo os estudantes. É necessário estar atento aos debates e ambas as partes estarem satisfeitas.
O debate também levanta questões sobre como a universidade deve participar de soluções para problemas sociais mais amplos e qual o impacto de uma medida como essa na rotina do campus. A análise cuidadosa da proposta será essencial para garantir que ela seja viável tanto para os moradores de rua quanto para a comunidade acadêmica.
O prefeito sugeriu uma parceria com a UFMT para que os moradores em situação de rua possam almoçar no restaurante universitário (RU), com os custos subsidiados pela prefeitura.
Abilio acredita que a iniciativa seria uma “experiência social” para os estudantes, mas críticos apontam que o aumento da demanda pode comprometer a estrutura do restaurante.
Ele afirmou que a distribuição de marmitas nas ruas continuará até que uma alternativa viável seja implementada, mas reforçou sua posição contrária a esse modelo.
