Durante uma entrevista à Rádio Cultura FM (90.7) na manhã desta quarta-feira (18), o candidato à Prefeitura de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), e o jornalista e ex-senador Antero Paes de Barros protagonizaram um debate acalorado. A discussão se intensificou quando abordaram temas polêmicos, como a verba de mídia paga pelos governos e a presença do crime organizado na política local.
Abilio critica o uso de verba pública para a mídia
Abilio Brunini iniciou sua crítica ao financiamento de veículos de comunicação com dinheiro público. Ele destacou que, enquanto a população enfrenta sérias dificuldades, governos e órgãos públicos continuam direcionando verbas para TVs e rádios, beneficiando alguns veículos mais do que outros. Nesse momento, Antero questionou se Abilio defendia que as propagandas governamentais fossem veiculadas gratuitamente. Abilio negou, mas enfatizou que “esses anúncios não podem mascarar a dor das pessoas” ou a gravidade da questão da segurança pública.
Em resposta, Antero afirmou que já havia comentado sobre segurança pública em dias anteriores, sugerindo que Abilio, como parlamentar, poderia propor leis para regular certas práticas, como a veiculação de vídeos dentro de prisões. No entanto, Abilio manteve seu ponto, focando na crítica ao direcionamento das verbas de comunicação.
Crime organizado e eleições em Cuiabá
O debate esquentou ainda mais quando Abilio afirmou que o crime organizado tem influência nas eleições de Cuiabá. Antero reagiu prontamente, afirmando que, se Abilio tem conhecimento de crimes, ele deveria denunciá-los formalmente. Abilio, por outro lado, declarou que essa é uma responsabilidade da polícia, e não sua.
Na sequência, Antero questionou se Abilio era contra o crime organizado, ao que o candidato respondeu que a pergunta era “ilógica”, deixando claro que, obviamente, ele é contra qualquer tipo de crime. A situação ficou ainda mais tensa quando Antero trouxe à tona o voto de Abilio a favor da soltura do deputado Chiquinho Brazão, envolvido no caso da morte de Marielle Franco. Abilio justificou seu voto citando o artigo 53 da Constituição, que assegura que parlamentares só podem ser presos em flagrante delito. Antero, no entanto, rebateu, afirmando que o voto de Abilio resultou na soltura de Brazão.
Clima tenso domina o debate
A troca de acusações entre Abilio Brunini e Antero Paes de Barros deixou claras as divergências sobre temas importantes como o financiamento da mídia e o crime organizado nas eleições. Além disso, o debate refletiu o clima acirrado da campanha eleitoral em Cuiabá, trazendo à tona questões cruciais sobre a transparência e a segurança pública.