Uma densa nuvem de fumaça cobriu o céu de Cuiabá nas primeiras horas desta sexta-feira, 23 de agosto. Isso evidencia a gravidade da situação ambiental em Mato Grosso. O estado já enfrenta um período crítico de seca. Agora, lidera o ranking de focos de calor em todo o Brasil. Quase 8 mil ocorrências foram registradas apenas em agosto.
Mato Grosso no topo dos focos de calor
De acordo com dados do BDQueimadas, sistema mantido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Mato Grosso registrou impressionantes 7.762 focos de calor até o momento. Esses números colocam o estado em uma posição preocupante, destacando a urgente necessidade de ações efetivas para combater os incêndios florestais que têm se alastrado de forma devastadora.
Além disso, o Inpe divulgou uma lista das cidades mais afetadas, onde se concentram os maiores focos de calor. Barão de Melgaço, Colniza, Aripuanã, Nova Nazaré e Campinápolis são os municípios que enfrentam as maiores dificuldades. Barão de Melgaço lidera com 710 focos, seguido por Colniza com 668, reforçando a gravidade da situação nessas regiões.
Seca prolongada e seus efeitos devastadores
A seca severa que assola Mato Grosso há meses tem sido um dos principais fatores por trás da propagação dos incêndios. A capital, Cuiabá, já contabiliza 128 dias sem chuvas significativas, com a última precipitação registrada em 17 de abril, somando apenas 4,3 mm. As previsões meteorológicas indicam a possibilidade de chuvas apenas a partir de 22 de setembro, prolongando ainda mais o período seco e as condições favoráveis para a continuidade dos incêndios.
Esse cenário de seca extrema, aliado às altas temperaturas, tem causado uma redução preocupante na umidade relativa do ar, que está muito abaixo dos níveis considerados ideais pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Com a umidade do ar em níveis críticos, a população está mais suscetível a desconfortos respiratórios e outros problemas de saúde, agravados pela intensa fumaça que paira sobre a região.
Recomendações à população
Diante dessa situação alarmante, é crucial que a população adote medidas preventivas para minimizar os impactos da baixa umidade e da fumaça. O uso de protetor solar, a hidratação constante e o uso de roupas leves são recomendações essenciais para enfrentar as altas temperaturas. Além disso, qualquer indício de incêndio deve ser imediatamente reportado às autoridades competentes pelos números de emergência 193 (Bombeiros) ou 190 (Polícia).
Impactos ambientais e humanos
A onda de incêndios em Mato Grosso destrói vastas áreas de floresta e vegetação. Além disso, coloca em risco a fauna local. Diversas espécies de animais tentam escapar das chamas. O impacto na qualidade do ar também é um problema sério, especialmente para pessoas com problemas respiratórios.
Mato Grosso já enfrenta desafios significativos relacionados ao desmatamento. Agora, lida com as consequências da combinação perigosa entre a seca extrema e os incêndios florestais. A previsão de chuvas para setembro traz uma leve esperança de alívio. No entanto, ainda exige atenção redobrada das autoridades e da população para prevenir e mitigar os danos.
A crise ambiental em Mato Grosso reflete a necessidade urgente de políticas eficazes de prevenção e combate aos incêndios. Além disso, são necessárias medidas de conservação ambiental para garantir a preservação dos recursos naturais e da saúde da população.